Nunca foi morada de ninguém.
Sempre foi a ponte, feia , descartável , dispensável.
Ponte velha em ruínas toda quebrada em pedaços.
pisoteada com pés de ferro , corações de pedra , riscada por facas.
Todo mundo se aproxima da ponte simplesmente para chegar do outro lado,
de qualquer maneira a ponte permanece sozinha e triste no final, mesmo acolhendo e sustentando travessias, os pés cruéis seguem pisoteando e cuspindo na ponte feia e triste.
Quem arquitetou esse projeto errante e inútil ?
a ponte acorda toda madrugada chorando e se perguntando , quem?
DÓI, ser uma ligação ignorante e insignificante ,
o outro lado é sempre melhor, sempre foi , sempre será, ninguém vai ficar.
o rio amargo e sujo abaixo da ponte transborda ,
transborda de dor , lágrimas e mentiras.
O nível da água toca as estruturas cansadas da ponte,
a ponte senti o ar acabar, só mais um segundo pra se afogar.
A ponte chove , chove e do outro lado da estrada uma platéia de corações congelados explodem em gargalhadas.
A ponte velha e cansada vê a vida vazia passando em sua memória,
mais não tem nada , não tem ninguém ,
a ponte está vazia ,todo mundo já passou ,pisoteou .
o mundo não escutou a explosão,
dessa vez o peso foi demais , toneladas de sentimentos vazios , mentiras e desprezo,
a ponte não suportou, ela se quebrou ao meio,
hoje ninguém mais passará
pela ponte feia, dispensável e desagradável.
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