terça-feira, 26 de abril de 2016

inverno novo

cobri todos os espelhos  ,eu não quero mais ver o meu reflexo .
O inverno logo vem bater em minha porta ,  o frio será aqui dentro e lá fora.
Como suportar o inverno no olhar de cada uma dessas pessoas que me espancam e cospem mesmo eu já caído no chão.
Lá vem uma chuva fria , acho que vou dançar ,lavar minhas mãos e meus pés.
Três horas da manhã  eu não consigo saber se acordei agora ou ainda não dormi,
quanto tempo em que eu não sei como é ter alguém que realmente quis me ouvir com atenção,
se é que algum dia existiu um ser capaz.
Sei não sou maduro , nem bonito,  não tenho as roupas que estão na moda  e minhas mãos não seguram mais uma cerveja, mais tenho alguns amigos que eu posso contar nos dedos de uma mão.
Alienado , alien por vocação, desde da infância  eu estava ali onde ninguém estava.
sabe as vezes cansa tanto silêncio , as vezes corta , um quarto escuro e tv ligada em um final de  semana.
Eu passei meses lutando contra meu peito , venci algumas batalhas , mais hoje  nessa noite, sinto que a guerra eu perdi, juro em tentei esconder mais eu não consigo,
sou mesmo esse ser  sem alma, minha pele é feita  de rancor , meu sangue é dor,
eu sou uma aberração, uma fera indomável , insaciável  de ódio , tão amargo , tão só.
Os meus pedaços estão espalhados por essa cidade sem nome , sem ruas , sem casas, sem pessoas,
sem nada.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

O rei da morte no reino da solidão

Me desculpem se algum dia eu tentei existir, eu juro que eu não vou tentar mais.
Amanheceu mais uma manhã negra  de sol apagado no reino da solidão,
Eu, o rei tento colocar o pé no chão , mais eu nunca paro de cair, quando eu penso que cheguei é quando caio em maior velocidade em queda livre , rumo ao fundo do abismo que não leva a nada e além .
Cicatrizes sempre abertas , de que me vale toda noite tentar concertar esses pontos com novos curativos  se o amanhecer vem pra abrir tudo outra vez, eu sei vai chegar o dia  em que não  haverá mais pele ,nem carne , nem osso , meu corpo todo furado , minhas costas  com pedaços de punhais encravados de tempos atuais e medievais.
não vou mais me defender , não vou mais  gastar minha voz , minhas mãos , eu já tô velho pra suportar.
Meu asilo , meu exílio , meu silêncio , minha solidão.
Sim o estranho não vai mais incomodar, nem ouvir , nem chamar.
Comprei um milhão de correntes , tranquei bem os portões  do meu jardim ,
sim eu estou lá nas profundezas daquela caverna , da floresta sem caminho, sem fim , sem inicio .
Tudo esta cercado de espinhos , espinhos negros de venenos , que minha dor projetou.
As víboras venenosas não vão chegar , eu  não me permito mais ser atacado envenenado desse mal.
Junte tudo de ruim que vc escuta de mim , faça um livro e pode acreditar que é tudo verdade,
mais tem muito mais para vc saber.
Desculpas se algum dia eu tentei gritar.

terça-feira, 19 de abril de 2016

Rotina

Estou farto dessa rotina, desses dias,
dessas pessoas e mentiras, tudo vai e volta sempre igual,
tão falso , tão fútil, tão aterrorizante.
Dias iguais , amargos, sem surpresa ,sem beleza.
Lembranças  vagando dentro de mim, todo amanhecer tem gosto de fim.
O que eu fui na outra encarnação, o que eu  fiz?
pois não lembro de fazer por merecer, todo esse caos  impregnado em meu viver.
Não mais me sinto parte de nada,  sou pedra , espinho , navalha.
Precisei enterrar o amor , marcando minha pele com agulhas , só pra olhar e lembrar quem essas garotas realmente são , e  tudo o que querem.
Não consigo mais dormir , minha mente , minha alma não cansa de reproduzir os sons de risadas de todas essas pessoas, que me atiram pedras, cospem, torturam , por puro prazer e alegria.
Me sinto um alvo fácil, andando pelas ruas olhando para baixo, sozinho.
Os meus irmãos que caminham por essas estrada fria, vazia e escura chamada solidão meus cumprimentos,
sei, não queremos só  luxúria  queremos alento , um sentimento.
Verdade?  por onde vc anda? tão abandonada , tão esquecida , tão perdida, vc é a minha melhor amiga,
mais falo por mim , não pelo os outros.
Será que precisarei me trancar , entre 4 paredes  de titânio , sem janelas , sem porta
,
numa tentativa desesperada  de me salvar de toda essa falta de vergonha na cara.
E uma pena não poder voltar no tempo, poder escolher alguns dias pra ter ficado em casa, evitando encontros , que arruinaram para todo sempre minha caminhada.