segunda-feira, 25 de abril de 2016

O rei da morte no reino da solidão

Me desculpem se algum dia eu tentei existir, eu juro que eu não vou tentar mais.
Amanheceu mais uma manhã negra  de sol apagado no reino da solidão,
Eu, o rei tento colocar o pé no chão , mais eu nunca paro de cair, quando eu penso que cheguei é quando caio em maior velocidade em queda livre , rumo ao fundo do abismo que não leva a nada e além .
Cicatrizes sempre abertas , de que me vale toda noite tentar concertar esses pontos com novos curativos  se o amanhecer vem pra abrir tudo outra vez, eu sei vai chegar o dia  em que não  haverá mais pele ,nem carne , nem osso , meu corpo todo furado , minhas costas  com pedaços de punhais encravados de tempos atuais e medievais.
não vou mais me defender , não vou mais  gastar minha voz , minhas mãos , eu já tô velho pra suportar.
Meu asilo , meu exílio , meu silêncio , minha solidão.
Sim o estranho não vai mais incomodar, nem ouvir , nem chamar.
Comprei um milhão de correntes , tranquei bem os portões  do meu jardim ,
sim eu estou lá nas profundezas daquela caverna , da floresta sem caminho, sem fim , sem inicio .
Tudo esta cercado de espinhos , espinhos negros de venenos , que minha dor projetou.
As víboras venenosas não vão chegar , eu  não me permito mais ser atacado envenenado desse mal.
Junte tudo de ruim que vc escuta de mim , faça um livro e pode acreditar que é tudo verdade,
mais tem muito mais para vc saber.
Desculpas se algum dia eu tentei gritar.

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